Segundo a teoria mais aceita pelos estudiosos, os povos indígenas da América são procedentes de migrações de povos asiáticos, que alcançaram a América através do Alasca. De lá, eles provavelmente desceram ao longo do continente americano, até atingir o extremo sul da América do Sul.
Um destes povos diferenciou-se dos demais e desenvolveu uma língua do tronco linguístico macrotupi, no sul da Amazônia. De lá, ele se expandiu no início da era cristã em duas direções. Para o leste, atravessando o interior do Brasil e alcançando o litoral, desalojando as tribos locais que pertenciam linguisticamente ao tronco macrojê. E para o sul, alcançando os pampas argentinos. O grupo que migrou para o leste ficou conhecido como "tupi" e o grupo que migrou para o sul, como "guarani".
Os tupi-guarani começavam a desenvolver a agricultura, principalmente de mandioca, que era um dos alimentos básicos de sua dieta. A agricultura era praticada pelo sistema de queimada, que limpava e adubava com as cinzas o terreno para o plantio. A caça, a pesca e a coleta de frutas e raízes completavam sua dieta.
Em suas migrações através da América do Sul, os tupi-guarani eram orientados por líderes religiosos, os pajés, que lhes prometiam um paraíso ao final da jornada: a chamada "terra sem males".
No século XVI, com a chegada dos colonizadores europeus, alguns povos tupi-guarani, como os temiminós e os tabajaras, se aliaram aos portugueses, enquanto outros, como os potiguares e tamoios, se aliaram aos franceses. Porém o resultado era sempre o mesmo: destruição das aldeias indígenas, escravização, doenças trazidas pelos europeus, fuga das populações indígenas para o interior do continente e para os aldeamentos criados pelos padres jesuítas , as chamadas "reduções" ou "missões". Uma importante rebelião tupi-guarani contra os portugueses foi a chamada Confederação dos Tamoios, que reuniu várias tribos abrangendo uma região que ia desde Cabo Frio até Cananeia, em meados do século XVI. O fim desta rebelião foi conseguido diplomaticamente, com a importante atuação dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta. Do lado dos tamoios, estavam famosos líderes como Cunhambebe e Aimberê.
A predominância de escravos índios e seus descendentes na população do litoral brasileiro fez com que a língua franca nessa região fosse o tupi-guarani, que, remodelado gramaticalmente, uniformizado e simplificado pelos padres jesuítas, passou a ser chamado de nheengatu ("língua boa", em tupi-guarani), língua geral amazônica, língua brasílica ou língua geral paulista.
As missões jesuíticas no interior do continente prosperaram, colhendo erva-mate e criando gado, os quais abasteciam as colônias espanholas na bacia platina. Nas missões, os índios eram catequizados pelos jesuítas em tupi-guarani e produziam refinadas obras de arte sacra (música, escultura, arquitetura e teatro). Os jesuítas combateram o costume indígena da poligamia e forçaram os índios à prática da monogamia. No entanto, a grande concentração de índios nas missões despertou a cobiça dos bandeirantes paulistas, os quais faziam incursões frequentes em busca de mão-de-obra escrava. Como resultado, as missões se deslocaram cada vez mais para o interior do continente, procurando fugir da ação dos bandeirantes.
Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, a Espanha cedeu a região a leste do Rio Uruguai para Portugal e ordenou que as sete missões estabelecidas nessa região deveriam se transferir para a margem oeste. Os missioneiros não concordaram em abandonar suas terras, desencadeando as Guerras Guaraníticas, nas quais os missioneiros foram derrotados por exércitos portugueses e espanhóis. Na guerra, morreu o famoso líder guarani Sepé Tiaraju.
No litoral brasileiro, o aumento da imigração portuguesa por conta da descoberta de ouro no Brasil no final do século XVII, a expulsão dos jesuítas e a proibição do uso do idioma tupi-guarani no Brasil pelo Marquês de Pombal em 1759 determinaram a progressiva redução da influência do tupi-guarani. No entanto, sua influência permaneceu sob a forma de um expressivo vocabulário de topônimos (Piratininga, Itaipu, Ubatuba etc.) e nomes de animais e vegetais (jacaré, jaboti, jaboticaba etc.)
Os jesuítas foram igualmente expulsos da América Espanhola em 1768, causando a decadência das missões jesuíticas que se haviam transferido para a margem direita do Rio Uruguai. Mas, no Paraguai, a língua guarani continuou a ser falada pela população, juntamente com o castelhano. Mesmo após um período de proibição da língua durante a ditadura do General Alfredo Stroessner, em meados do século XX. Em 1991, o guarani adquiriu o status de língua oficial do país.
A partir do final do século XIX, começou a ocorrer a migração de tribos guaranis do sul da América do Sul para o litoral brasileiro, num processo que continua até hojeFonte: WikiLivros
texto muito grande . sem sentido
ResponderExcluirmuito obrigada tirei 0,1 no meu trabalho sobre os agricultores tupi-guarani do litoral
ResponderExcluircomo assim 0,1 valia quanto?
Excluircomo assim 0,1 valia quanto?
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