A especulação imobiliária está destruindo os últimos vestígios do cemitério da cólera e do campo de concentração que funcionaram no Crato na seca de 32. Os tratores passaram por cima das cruzes que assinalavam os locais onde as vítimas da seca e da cólera foram sepultadas. Restam somente três cruzes no local, que só não foram arrancadas porque estão na base de um poste de energia elétrica.
O cemitério estava localizado na margem da Avenida Padre Cícero, que liga Crato a Juazeiro do Norte, no campo de futebol, ao lado do terreno da Cerâmica Norguaçu. Ali, os parentes das vítimas da cólera costumavam acender velas, no Dia de Finados. A área está sendo coberta por construções.
Quanto ao campo de concentração, ou curral dos flagelados, que foi instalado na seca de 32, no Bairro Muriti, ao lado da via férrea, não existe nenhum marco, a não ser a própria linha de ferro e os depoimentos de pessoas que ouviram de seus pais e avós.
Sabe-se que o campo de concentração era um curral de crueldades. As pessoas morriam de fome e de cólera. Eram enterradas em valados. As crianças pagãs eram levadas para o cemitério dos coléricos. A alimentação vinha de trem de Fortaleza.
"Morria gente todos os dias, e um caminhão passava recolhendo os corpos no final da tarde para jogá-los em valas na parte alta do campo", afirma a historiadora Rosângela Martins.
O cemitério estava localizado na margem da Avenida Padre Cícero, que liga Crato a Juazeiro do Norte, no campo de futebol, ao lado do terreno da Cerâmica Norguaçu. Ali, os parentes das vítimas da cólera costumavam acender velas, no Dia de Finados. A área está sendo coberta por construções.
Quanto ao campo de concentração, ou curral dos flagelados, que foi instalado na seca de 32, no Bairro Muriti, ao lado da via férrea, não existe nenhum marco, a não ser a própria linha de ferro e os depoimentos de pessoas que ouviram de seus pais e avós.
Sabe-se que o campo de concentração era um curral de crueldades. As pessoas morriam de fome e de cólera. Eram enterradas em valados. As crianças pagãs eram levadas para o cemitério dos coléricos. A alimentação vinha de trem de Fortaleza.
"Morria gente todos os dias, e um caminhão passava recolhendo os corpos no final da tarde para jogá-los em valas na parte alta do campo", afirma a historiadora Rosângela Martins.
CONTANDO A HISTORIA:
Na seca de 1932 o nordeste brasileiro sofria com as conseqüências da estiagem, mas também vivia um momento histórico próprio dentro da era de Getúlio Vargas; Lampião e seu bando centralizavam as atenções dos políticos; as oligarquias políticas do Nordeste mudavam de nomes: Padre Cícero ainda tinha influência política e milagrosa para os sertanejos e a irmandade do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto atraia centenas de flagelados para os arredores de Crato, no Ceará.
Com o temor da intensa invasão de flagelados para Fortaleza — e para outras grandes cidades do Ceará — a estratégia dos Currais do Governo mais uma vez foi implantada, só que desta vez não somente em Fortaleza, mas também em cidades com alguma estrutura básica e com estações de trens. Além dos campos de concentração na capital da Terra da Luz, um no já conhecido Alagadiço e um outro no noroeste da capital, no Pirambu (ou Campo do Urubu como ficou conhecido), foram instalados outros em Crato, em Cariús, Ipu, Quixadá, Quixeramobim e Senador Pompeu. Os sertanejos ali alojados recebiam algum cuidado e comida, e podiam trabalhar nas frentes de obras, sempre sob a vigilância de soldados.
Estima-se que cerca de 73 000 flagelados foram confinados nesses campos onde as condições eram desumanas, o que resultou em inúmeras mortes. Ainda durante essa seca, flagelados cearenses foram enviados para o combate nas trincheiras da Revolução de 1932 em São Paulo.
Na seca de 1932 o nordeste brasileiro sofria com as conseqüências da estiagem, mas também vivia um momento histórico próprio dentro da era de Getúlio Vargas; Lampião e seu bando centralizavam as atenções dos políticos; as oligarquias políticas do Nordeste mudavam de nomes: Padre Cícero ainda tinha influência política e milagrosa para os sertanejos e a irmandade do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto atraia centenas de flagelados para os arredores de Crato, no Ceará.
Com o temor da intensa invasão de flagelados para Fortaleza — e para outras grandes cidades do Ceará — a estratégia dos Currais do Governo mais uma vez foi implantada, só que desta vez não somente em Fortaleza, mas também em cidades com alguma estrutura básica e com estações de trens. Além dos campos de concentração na capital da Terra da Luz, um no já conhecido Alagadiço e um outro no noroeste da capital, no Pirambu (ou Campo do Urubu como ficou conhecido), foram instalados outros em Crato, em Cariús, Ipu, Quixadá, Quixeramobim e Senador Pompeu. Os sertanejos ali alojados recebiam algum cuidado e comida, e podiam trabalhar nas frentes de obras, sempre sob a vigilância de soldados.
Estima-se que cerca de 73 000 flagelados foram confinados nesses campos onde as condições eram desumanas, o que resultou em inúmeras mortes. Ainda durante essa seca, flagelados cearenses foram enviados para o combate nas trincheiras da Revolução de 1932 em São Paulo.
FONTE: DIARIO DO NORDESTE; AVENTURAS NA HISTORIA
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