A Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil por não ter punido os responsáveis pelas mortes e desaparecimentos ocorridos na Guerrilha do Araguaia e determinou que sejam feitos todos os esforços para localizar os corpos dos desaparecidos. O Tribunal concluiu que o Estado brasileiro é responsável pelo desaparecimento de 62 pessoas, ocorrido entre 1972 e 1974.
Destaques sobre a Guerrilha:
- A Guerrilha do Araguaia surgiu no início da década de 70 e foi um movimento de resistência à ditadura militar (1964-1985);
- Foi o único movimento rural armado contra o regime militar - cujo combate mobilizou o maior número de tropas brasileiras desde a II Guerra Mundial;
- Dos 69 militantes do Partido Comunista do Brasil que estavam na área, 59 morreram no conflito, além de moradores da região também assassinados e das baixas das Forças Armadas - as estimativas variam entre quatro e 200 militares mortos. Do lado do governo, segundo O Globo, houve "casos de militares mortos no combate à Guerrilha cujos corpos foram entregues às famílias em caixões lacrados, acompanhados da explicação de que a morte ocorrera por acidente durante uma manobra de treinamento".
- As Forças Armadas desencadearam três campanhas militares contra a Guerrilha. A partir da terceira campanha, os próprios militares passaram a se referir às operações que desenvolviam como "guerra suja". Os guerrilheiros não se tornariam prisioneiros de guerra. Simplesmente deixariam de existir.
- No Araguaia encontravam-se pessoas de diferentes formações: operários, camponeses, bancários, médicos, engenheiros, geólogos e, principalmente, estudantes universitários.
- A Guerrilha do Araguaia é mais um elo na longa cadeia das gloriosas lutas populares do Brasil. São muitos os exemplos: Cabanagem, Guararapes, Canudos, Contestado, Revolta da Chibata, Quilombo dos Palmares, Revolução dos Alfaiates...
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